
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Pesquisa foi feita com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país
Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência
Brasil Rio de Janeiro
Dez afirmações falsas recorrentes sobre vacinas
foram apresentadas a mais de 2 mil entrevistados nas cinco regiões do Brasil, e
o resultado preocupa a Sociedade Brasileira de Imunizações: mais de
dois terços (67%) disseram que ao menos uma das informações era
verdadeira.
A pesquisa foi feita pela sociedade médica em
parceria com a organização não governamental Avaaz. Os questionários foram
aplicados pelo Ibope entre 19 e 22 de setembro deste ano.
Entre os entrevistados, apenas 22% conseguiram
identificar que as dez afirmações eram falsas. Mais 11% não souberam ou não
responderam.
Para 24% dos entrevistados, "há boa
possibilidade de as vacinas causarem efeitos colaterais graves", quando,
na verdade, os efeitos adversos graves são raríssimos.
A segunda afirmação falsa mais recorrente foi "há boa
possibilidade de as vacinas causarem a doença que dizem prevenir", com 20%
de concordância - uma em cada cinco entrevistas.

Crianças são imunizadas no estado do Rio de Janeiro. - Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil
Apesar de as gestantes terem um calendário específico de vacinação formulado pelo Ministério da Saúde, 19% dos entrevistados concordaram com a afirmação falsa de que "mulheres grávidas não podem se vacinar".
O presidente da Sociedade Brasileira de
Imunizações, Juarez Cunha, chama a atenção que mesmo afirmações absurdas
tiveram concordância de parcelas consideráveis dos entrevistados. Para 14%, é
correto afirmar que "O governo usa vacinas como método de esterilização
forçada da população pobre", e 12% disseram que "contrair a
doença é, na verdade, uma proteção mais eficaz do que se vacinar contra
ela".
Entre os entrevistados, 13% assumiram que deixaram
de se vacinar ou deixaram de vacinar uma criança sob seus cuidados. Os motivos
para essa ausência incluem falta de planejamento (38%) e difícil acesso aos
postos de vacinação (20%), mas também foram citados o medo de ter um
efeito colateral grave (24%), o medo de contrair a doença através da vacina
(18%) e alertas e notícias vistos na internet (9%). Cada entrevistado citou até
três motivos.
"Fica constatado que as pessoas estão
recebendo muita informação inadequada, e que essa informação inadequada tem
circulado com cada vez maior frequência. Com certeza, é mais um dos motivos que
tem impactado as nossas coberturas vacinais", afirma Cunha.
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